Dia Nacional de Doação de Leite Humano; cada gota conta
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Dia Nacional de Doação de Leite Humano; cada gota conta

19 de Maio de 2022

Dia Nacional de Doação de Leite Humano; cada gota conta

A depender do peso do prematuro, 1ml já é o suficiente para a sua nutrição

Cada gota conta. Um litro de leite materno doado pode alimentar, em média, até 10 recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, 1ml já é o suficiente para a sua nutrição. Porém, nem todos os bebês têm acesso ao leite materno, o que faz do Banco de Leite Humano (BLH) uma iniciativa tão importante, principalmente para os prematuros. 

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 15 milhões de crianças nascem prematuras por ano em todo o mundo e a prematuridade é a principal causa de morte em crianças menores de 5 anos. No ranking mundial – segundo os últimos dados do Sistema de Informações Sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde, o Brasil ocupa a 10ª posição dos países com o maior número de prematuridade, ou seja, quando o bebê nasce antes das 37 semanas de gestação. 

Os números divulgados por esses órgãos são motivos para chamar a atenção de governos e da sociedade civil nesta quinta-feira, 19, Dia Nacional de Doação de Leite Humano. Também são um lembrete sobre a importância dos BLHs. 

O modelo brasileiro para Bancos de Leite Humano é referência internacional e, desde 2005, o país exporta técnicas de baixo custo para implementar BLHs na América Latina, Caribe Hispânico, África, Península Ibérica e outros países.

Os BLHs no Brasil são regulamentados por uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Saúde. Após análises das suas características, o leite doado é distribuído de acordo com as necessidades específicas de cada recém-nascido internado.

Os dados do Ministério da Saúde também mostram que, de janeiro a dezembro de 2021, foram doados 168 mil litros de leite no país, volume que foi suficiente para beneficiar 237 mil recém-nascidos. A quantidade, no entanto, representa 55% da real demanda por leite materno no país. A meta do Brasil para 2022 é elevar em 5% as doações. Por isso, os estoques dependem de doadores. 

O leite materno doado pode ajudar bebês medicamente frágeis – aqueles que são “prematuros ou de baixo peso”, como Renata Hyppólito Barnabe, nutricionista do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas (HC) de São Paulo, coloca – a superar uma série de condições potencialmente devastadoras, de complicações causadas pela prematuridade à problemas respiratórios, cárdicos e intestinais. 

“O leite materno oferecido exclusivamente para os prematuros diminui significativamente a incidência e a gravidade de algumas doenças específicas, que só ocorrem nessa fase da vida do bebê, como também diminui o índice de reinternação hospitalar”, explica. “Com o leite materno, o bebê prematuro ganha peso mais rápido, se desenvolve com mais saúde e fica protegido de infecções”.  

A OMS recomenda o uso de leite materno doado como primeira alternativa quando o leite materno não está disponível. O Conselho Regional de Nutricionistas da 3ª Região (SP/MS) endossa a importância desse compartilhamento. 

“O efeito protetor do leite materno é potencializado quando a amamentação se inicia já na primeira hora de vida.  Isso significa receber o colostro, o primeiro leite materno, conhecido como a primeira vacina do bebê, por ser ainda mais rico em anticorpos e nutrientes, fundamental nos primeiros dias de vida”, reforça Osvaldinete Lopes, nutricionista e conselheira da entidade. 

Segundo a Rede Global de Bancos de Leite Humano (rBLH), o Brasil conta com 225 bancos de leite humano e 217 postos de coleta espalhados por todos os estados e Distrito Federal. Para a Osvaldinete, os BLHs são um componente essencial do sistema de saúde favoráveis à amamentação, dando a todos os bebês em risco acesso aos benefícios do leite materno quando mais precisam. 

“O Ministério da Saúde estima que cerca de 12% dos nascimentos no Brasil sejam de bebês prematuros, cerca de 340 mil por ano; o que significa uma elevada demanda de leite materno a ser coletado e fornecido pelos BLHs”, enfatiza. 

Contraindicações 

Os especialistas desaconselham fortemente o recebimento de leite materno de fontes desconhecidas, onde poucas precauções, se houver, são tomadas para garantir a segurança e a pureza do produto. Por este motivo, é contraindicado a “amamentação cruzada”, quando mães doam por conta própria ou amamentam filhos de outras mulheres com dificuldades de aleitamento. 

“Essa prática não é recomendada pelo Ministério da Saúde pelo risco de transmissão de doenças infectocontagiosas às crianças, como HIV, HTLV e hepatites. Muitas vezes, a própria mulher desconhece que possui o vírus, que pode ser transmitido pelo leite materno”, explica Osvaldinete. 

 


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